De entre os grandes apóstolos do Espiritismo, a figura de Leon Denis merece referência especial, principalmente por ter sido ele o continuador da obra de Allan Kardec. Deve-se a ele a oportunidade feliz que os espíritas tiveram de ver ampliadas novas angulações do aspecto filosófico da Doutrina Espírita, pois as suas obras de um modo geral focalizam numerosos problemas que inquietam os homens, e também a questão da sobrevivência da alma no seu laborioso processo evolutivo.
Ainda bastante jovem, aos 18 anos de idade, Denis foi despertado para as maravilhas contidas no Espiritismo ao ler “O Livro dos Espíritos”, encontro providencial. Na altura proferiu: “Nele encontrei a solução clara, completa, lógica, acerca do problema universal. Minha convicção tornou-se firme. A teoria espírita dissipou minha indiferença e as minhas dúvidas”.
A contribuição de Denis estendeu-se na abordagem e estudo de assuntos históricos, fornecendo importantes detalhes sobre as origens celtas da França, bem como do dramático episódio do martírio de Joana D’Arc, a grande médium francesa, além de tecer importantes considerações sobre as origens do Cristianismo e o seu processo evolutivo através dos tempos. Dentre as suas múltiplas ocupações, foi presidente de honra da União Espírita Francesa, membro honorário da Federação Espírita Internacional, presidente do Congresso Espírita Internacional, realizado em Paris no ano de 1925. Teve também oportunidade de dirigir, durante largos anos, um grupo experimental de Espiritismo, na cidade francesa de Tours.
A sua actuação no seio do Espiritismo foi bastante diversa daquela desenvolvida por Allan Kardec. Enquanto o codificador exerceu suas enobrecedoras actividades na própria capital francesa, Leon Denis desempenhou a sua tarefa na província. A sua inusitada capacidade intelectual e a perspicácia no trato dos assuntos transcendentais, fizeram com que o movimento espírita francês e mesmo mundial, gravitasse em torno da cidade de Tours.
Leon Denis foi um autodidacta que se preparou em silêncio, na obscuridade, para surgir subitamente no cenário intelectual e impor-se como conferencista e escritor de renome, tornando-se figura exponencial no campo da divulgação doutrinária do Espiritismo. Sua oratória era encantadora e convincente, mesmo sem nunca ter cursado uma academia oficial, pois o seu propósito fez-se na escola prática da vida, na qual a dor alheia, o trabalho mal retribuído, as privações heróicas ensinam a verdadeira sabedoria.
A sua obra consta de vasta bibliografia na qual destacam-se os seguintes títulos: “Depois da Morte”, “Cristianismo e Espiritismo”, “No Invisível”, “O Problema do Ser do Destino e da Dor”, “Provas Experimentais da Sobrevivência”, “Joana D’Arc Médium”, “O Porquê da Vida” e “O Grande Enigma”.
No dia 12 de Abril de 1927, às 9 horas da manhã, seu espírito iluminado partia para as regiões sublimadas da espiritualidade, após ter-se convertido em verdadeira bandeira para os ideais espíritas e centro de atenções dos espíritos que tomavam parte nos congressos internacionais do Espiritismo e outros certames.
Fonte: http://www.gesp.org.br