Nasceu em Macaíba – Rio Grande do Norte a 12 de Setembro de 1876, era magrinha, calada, de pele clara, um moreno doce à vista como veludo ao tacto e desencarnou a 7 de Fevereiro de 1901, na cidade de Natal, com 24 anos, devido a uma tuberculose que se manifestou a partir dos 14 anos.
Antes de ter completado 3 anos ficou órfã de mãe e aos 4 anos de pai, ainda menina com dez anos, assistiu á morte do seu querido irmão, manifestou-se a tuberculose aos 14 anos e cerca dos 16 anos teve um relacionamento amoroso com um promotor público, que durou apenas 1 anos e poucos meses, visto que se encontrava bastante doente e com a doença a progredir a sua família pediu-lhe que renunciasse, situações que tornaram a sua existência na terra assinalada por sofrimentos muito dolorosos.
Antes dos 12 anos, foi matriculada no Colégio São Vicente de Paulo, no bairro da Estância, onde foi carinhosamente acolhida por parte das religiosas francesas que o dirigiam e lhe ofereceram uma primorosa educação: Literatura, Inglês, Música, Desenho, aprendendo a dominar também o Francês, o que lhe permitiu ler no original: Lamartine, Victor Hugo, Chateubriand, Fénelon.
A sucessão de golpes dolorosos, marcou profundamente a sua alma de mulher, caracterizada por uma pureza cristalina, uma Fé ardente e um profundo sentimento de compaixão pelos humildes, cuja miséria tanto a comovia. Era vista a ler para as crianças pobres, para humildes mulheres do povo ou velhos escravos, as páginas simples e ingénuas da “História de Carlos Magno”, brochura que corria as aldeias, escrita ao gosto popular da época. Todo o sofrimento e a sua forte religiosidade, levaram-na a compor uma obra poética singular na História da Literatura Brasileira “Horto”, o seu único livro é um cântico de dor, mas, também, de fé cristã.
Livre do corpo, totalmente desgastado pela doença, Auta de Souza, irradiando luz própria, lúcida e gloriosa alçou voo em direcção à Espiritualidade Maior. Mas a compaixão que sempre sentiu pelos sofredores fez com que a poetisa em companhia de outros Espíritos caridosos, visitasse constantemente a crosta da Terra.
Foi através da psicografia de Chico Xavier, que ela, pela primeira vez revelou a sua identidade, transmitindo as suas poesias em 1932, na primeira edição do livro “PARNASO DE ALÉM-TÚMULO”, lançado pela Federação Espírita Brasileira.
Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com