Abraham Lincoln (1809-1865) foi presidente dos Estados Unidos da América e decretou o fim da escravidão (1863).
Apesar do abalo que a Guerra Civil norte-americana causou em Abraham, a sua maior decepção foi a morte do seu filho Willie Lincoln, em 1862, acontecimento que serviu para despertar o interesse do Presidente por assuntos espirituais, ele falava constantemente que sentia a presença do filho na casa e no escritório.
O autor Wallace Leal Rodrigues, após uma intensa pesquisa em documentos, livros e jornais, escreveu o livro “Sessões Espíritas na Casa Branca”, que inclui o texto da médium norte-americana Nettie Colburn Maynard, amiga de Lincoln, e declarações de um conhecido do ex-presidente, o coronel do exército Simon P. Kase. Nesse livro, podemos tomar conhecimento das várias sessões mediúnicas realizadas com a presença de Lincoln, algumas na Casa Branca, onde ocorreram fenómenos de efeitos físicos e incorporação de Espíritos (por exemplo, houve a levitação de um pesado piano). O ex-presidente, através da mediunidade de Nettie, recebeu diversas comunicações dos Espíritos, que o aconselharam sobre táticas de guerra e, inclusive, a decretar o fim da escravidão.
Nettie, no seu livro autobiográfico, referiu que na primeira sessão mediúnica na Casa Branca, durante mais de uma hora a fizeram falar com ele e, pelos amigos, soube mais tarde que a conversa girava sobre coisas que ele parecia entender muito bem, ao passo que eles pouco entendiam, inclusive a parte relacionada com a próxima Proclamação da Emancipação. Foi-lhe ordenado com a maior solenidade e força de expressão que não modificasse os termos da sua proposição e não adiasse a sua transformação em lei até ao começo do ano; foi-lhe assegurado que isto seria o coroamento de sua administração e de sua vida; e que, enquanto ele estava sendo aconselhado por fortes elementos para adiar aquela medida, substituindo-a por outras medidas e por uma dilação, não deveria dar atenção a tais conselhos, mas firmar-se nas suas convicções e sem receio realizar o trabalho e cumprir a missão para a qual tinha sido elevado pela Providência. Os presentes declararam que esqueceram a presença da jovem tímida, em face da majestade de sua advertência, a força e o poder de sua linguagem e a importância da sua mensagem, que dava a impressão de que uma poderosa força espiritual masculina falava sob um comando divino.
Pela descrição de Nettie a mensagem alterou os rumos de parte da história dos Estados Unidos, pois propiciou a Proclamação da Emancipação, que estendeu aos estados do sul dos Estados Unidos, a libertação dos escravos.
Arthur Conan Doyle ao falar do assunto, referiu: “- Entretanto, em vão procurará o leitor qualquer referência nos livros de história da grande luta e da vida do Presidente a esse episódio vital. Tudo isto devido ao incorreto tratamento tanto tempo suportado pelo Espiritismo.”
Pouco tempo antes do seu assassinato, Lincoln revelou à sua mulher que havia tido um sonho em que se via desprendido do corpo e andava pela Casa Branca, onde pairava o silêncio, apenas ouvindo-se soluços e choros. Ao entrar na Sala Oriental, viu um cadáver, envolto pelos soldados, fazendo guarda, e uma enorme multidão á volta que chorava e soluçava. Pergunto a um dos soldados quem havia morrido e este respondeu que tinha sido o Presidente, que havia sido assassinado.
Após o sonho Lincoln referiu que se sentia indisposto, tendo sido, alguns dias depois, baleado num teatro, sendo velado com os soldados à sua volta, na Sala Oriental, assim como no sonho.
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