Nasceu a 15 de Março de 1833, perto de Edimbourg (Escócia). Era um jovem de talhe mediano, louro, cuja fisionomia melancólica nada temde excêntrico, de compleição muito delicada, de costumes simples e suaves, com um carácter afável e benevolente sobre o qual o contacto das grandezas não lançou nem arrogância e nem ostentação.
Home era um médium do género daqueles que produzem manifestações ostensivas, sem excluir, por isso, as comunicações inteligentes; mas as suas predisposições naturais lhe deram, para as primeiras, uma aptidão mais especial. Sob a sua influência, os mais estranhos ruídos fizeram-se ouvir, o ar agitava-se, os corpos sólidos moviam-se, erguiam-se e transportavam-se de um lugar ao outro através do espaço, instrumentos de música faziam ouvir sons melodiosos, seres do mundo extracorpóreo apareciam, falavam, escreviam e, frequentemente, abraçavam até causar dor. Home foi visto, várias vezes, na presença de testemunhas oculares, elevado sem apoio a vários metros de altura.
O carácter e as qualidades morais que distinguiam Home, deviam granjear-lhe a simpatia dos Espíritos Superiores, sendo o mesmo um instrumento destinado a abrir os olhos dos cegos por meios enérgicos, sem estar, por isso, privado de comunicações de uma ordem mais elevada. É uma missão que aceitou, missão que não está isenta de tribulações e nem de perigos, mas que cumpriu com resignação e perseverança, sob a égide do Espírito da sua mãe, o seu verdadeiro anjo guardião.
A causa das manifestações de Home é inata nele, a sua alma, que parecia não prender-se ao corpo senão por fracos laços, tinha mais afinidade pelo mundo espírita do que pelo mundo corpóreo; por isso ela preparava sem esforços, e entrava, mais facilmente em comunicação com os seres invisíveis. Essa faculdade revelou-se nele desde a mais tenra infância, com seis meses de idade, o seu berço balançava-se sozinho e mudava de lugar. Nos seus primeiros anos, era tão débil que tinha dificuldade para se apoiar, sentado sobre um tapete, os brinquedos que não podia alcançar, vinham, eles mesmos, até ao seu alcance.Com três anos teve as suas primeiras visões, mas não as conservou na memória.
Tinha nove anos quando sua família foi se fixar nos Estados Unidos; aí os mesmos fenómenos continuaram com uma intensidade crescente, à medida que avançava emidade, mas a suareputação, como médium, não se estabeleceu senão em 1850, por voltada época em que as manifestações espíritas começaram a se tornar populares nesse país.
Em 1854, foi para a Itália, por motivos de saúde, espantando Florença e Roma com verdadeiros prodígios. Convertido à fé católica, nessa última cidade, tomou a obrigação de romper as suas relações com o mundo dos Espíritos. Durante um ano, com efeito, seu poder oculto parece tê-lo abandonado; mas como esse poder estava acima da sua vontade, a cabo desse tempo, assim como lhe havia anunciado o Espírito da sua mãe, as manifestações produziram-se com uma nova energia. A sua missão estava traçada, deveria distinguir-se entre aqueles que a Providência escolheu para nos revelar, por sinais patentes, a força que domina todas as grandezas humanas.
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