07 de Julho de 1930 – Desencarne de Arthur Conan Doyle, criador do famoso detective Sherlock Holmes. Adepto do Espiritismo, Conan Doyle escreveu “A História do Espiritismo”.


Sabia que, o criador do famoso detetive Sherlock Homes, é respeitado e admirado como propagador da Terceira Revelação?

Esse espírito valoroso nasceu no dia 22 de maio de 1859, em Pacardy Place, Edimburgo, capital da Escócia. Recebeu o nome de Arthur Conan Doyle, filho de Charles Altamont Doyle e Mary Foley. Descendente de nobres não abastados, com muita dificuldade, formou-se em Medicina.

Nascido em ambiente católico, onde alguns membros chegavam ao fanatismo, Arthur estudou em colégios de padres jesuítas, sendo muitas vezes punido, de forma severa, por não concordar com algumas colocações desses.

Seu escritor favorito era o inglês Thomas Babington Macaulay, e Doyle percebeu que ele não acreditava no Papa, pelo que resolveu descobrir a razão. Algum tempo depois, ouviu um padre afirmar, de público, que todo aquele que não fosse católico iria para o inferno, o que o deixou bastante incomodado. Lembrou-se de que sua mãe lhe ensinara duas coisas importantes: que usasse sempre roupas internas de flanela e que jamais acreditasse no castigo eterno. Portanto, ele decidiu abandonar a tradição católica.

Depois de formado, agnóstico, sofreu para conseguir emprego. A família, muito influente na sociedade, para ajudá-lo impôs-lhe que voltasse ao Catolicismo, coisa que não aceitou, de forma enérgica, o que lhe custou o rompimento com seus tios.

Seu primeiro contato com o Espiritismo foi em 1887, através de seu paciente, o General Drayson, que afirmava conversar com seu irmão desencarnado. Aquilo não fazia sentido para Doyle, que começou a estudar a respeito.

Em 1901, conheceu William Crookes que, de algum tempo, vinha realizando suas pesquisas espíritas, também de interesse de Conan Doyle. Entretanto, não houve tempo para que os dois grandes homens pudessem trocar impressões. Mais tarde, Doyle dedicaria um capítulo a Crookes, em seu livro História do Espiritismo.

Como era um homem instruído, um pesquisador nato, embora tivesse muitas dúvidas, admirava a Doutrina Espirita por sua moral, por não ser sectária, não condenar os homens ao castigo eterno, não ser intolerante e ser despojada de preconceitos religiosos.

Doyle estudou e buscou provas que lhe satisfizessem a razão, o que consegue através da médium Lily Loder-Symonds, que recebe uma mensagem psicografada de seu cunhado Malcon Leckie, falecido no início da guerra. Ali havia  referências conhecidas apenas entre eles, o que leva Conan a afirmar: Por fim, deixei de duvidar.

A partir de 1917, ele começa a fazer conferências espíritas. Passou por períodos difíceis, mas sua postura diante dos ataques sofridos só o fez colocar-se em destaque como homem íntegro e de caráter.

Certa vez, em que se preparava para fazer uma palestra em Nottinghan, foi informado de que seu filho Kingsley estava moribundo. Ele sofre o impacto da informação, controla-se, apenas seus olhos se umedecem, realiza seu trabalho, sem que ninguém percebesse seu pesar. Duas semanas após, em uma foto de Doyle podia ver-se, ao seu lado, o Espírito de seu filho desencarnado.

Arthur Conan Doyle trabalhou, incansavelmente, a favor do Espiritismo, enfrentando adversários ferrenhos da nova Doutrina, que a desconheciam, colocando-se, na sua ignorância, como defensores de uma moral questionável.

As oito e meia da manhã do dia 7 de Julho de 1930, desencarnava Arthur Conan Doyle, em Crowborough, Sussex.

Um de seus biógrafos escreveu: Pela causa da religião espírita, Conan Doyle deu seu coração, sua fortuna e, por último, sua vida. E, em um sentido espírita, referindo-nos à influência que ele deixou atrás de si, podemos acrescentar apenas isto: Não escrevamos seu epitáfio: ele não morreu.

Este homem  deixou duas obras de relevante valor:

A nova revelação, onde faz suas as palavras do pensador e poeta Gerald Massey – o Espiritismo foi para mim, do mesmo modo que para muitos outros, como que uma elevação do meu horizonte mental e a entrada do céu;

História do Espiritismo , trazendo-nos informações dos precursores do Espiritismo na Europa e América, além de médiuns da época e um capítulo (XXI) em que se refere ao Codificador, Allan Kardec.

Foi Presidente de Honra da Federação Espírita Internacional, Presidente da Aliança Espírita de Londres e Presidente do Colégio Britânico de Ciência Psíquica.

Bibliografia consultada:

1.DOYLE, Arthur Conan. A nova revelação. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1980.

2.DOYLE, Arthur Conan. História do Espiritismo. São Paulo, SP: Pensamento, 1995.

 

Texto elaborado por Educamilu (pseudónimo), trabalhador da ACES.