Nasceu a 24 de Dezembro de 1900, e desencarnou a 09 de Março de 1984, desde cedo dedicou-se a bem do próximo. O seu pai costumava levar para casa pessoas necessitadas e a menina Yvonne conviveu com mendigos, que comiam na mesma mesa e dormiam sob o mesmo tecto que ela.
Toda a sua vida foi de renúncias e dedicação aos sofredores. Desde os cinco anos de idade, passou a ter percepções mediúnicas. Via os Espíritos com tal nitidez que, por vezes, confundia-se a si mesma e aos seus familiares.
Yvonne era uma mulher corajosa. A pedido da Federação Espírita Brasileira – FEB escreveu, em 1982, sua própria biografia, detalhando suas lutas, seus percalços, que foi publicada na Revista Reformador, da FEB.
Não temeu informar que ela própria era a personagem de muitas das histórias e romances escritos mediunicamente, por seu intermédio, descrevendo a sua trajetória de acertos e desajustes, desde o ano 40 da Era cristã à actualidade, conforme os registos em Sublimação (Lygia/ Nina/ Leila); Nas voragens do pecado (Ruth–Carolina); O cavaleiro de Numiers (Berthe de Soumerville); O drama da Bretanha (Andrea de Guzmann).
Médium psicógrafa, receitista, de desdobramento, psicofonia, vidência, de efeitos físicos (materializações), era amiga dos suicidas. Lia os jornais e anotava em caderno especial o nome dos que descobria terem tirado a própria vida, orando por eles, diariamente, sabedora das dores que os alcançavam.
Isso lhe granjeou muitas amizades espirituais. Trabalhou sempre, mesmo quando as condições lhe eram mais adversas. Quando, no Rio de Janeiro, não foi aceite em vários centros espíritas, trabalhou sozinha, fornecendo receituário mediúnico e os medicamentos, realizando aulas de evangelização a crianças, psicografando.
Aplicava injecções em doentes pobres. Costurava para eles. Deu aulas de costura e bordados a moças e meninas de favelas.
Manteve-se fiel à FEB, mesmo após ter tido as suas duas primeiras produções mediúnicas rejeitadas (Memórias de um suicida e Amor e Ódio). Reconheceu que fora o Alto que tornara seu instrumento Manuel Quintão, pois faltava conteúdo doutrinário ao Memórias. Léon Denis, o Apóstolo do Espiritismo, seria quem lhe daria a feição doutrinária necessária.
Dedicou cinquenta e quatro anos e meio às curas através do receituário homeopático, passes e preces. Curou obsessões, sempre assistida por Espíritos de alta envergadura como Bezerra de Menezes, Bittencourt Sampaio, Charles, Roberto de Canallejas.
Foi oradora espírita durante quarenta e quatro anos. Disciplinada, diariamente, matinha um trabalho de irradiações, que realizava a sós, com os seus guias.
Nessas verdadeiras sessões, ela lia trechos da Doutrina Espírita, oferecendo-os aos desencarnados, desejando que pudessem se esclarecer e se ilustrar com as leituras.
Actuou orientando médiuns e Centros Espíritas, reconciliando cônjuges, reequilibrando lares desarmonizados, consolando corações, evitando suicídios e esclarecendo Espíritos sofredores.
Estudiosa da Doutrina Espírita, na Codificação alicerçava todo seu trabalho, seguindo fielmente as prescrições de O livro dos médiuns, no exercício da própria faculdade.
Deixou um legado de extraordinárias obras: Memórias de um suicida (1954); Nas telas do infinito (1955); Amor e ódio (1956); A tragédia de Santa Maria (1957); Nas voragens do pecado (1960); Ressurreição e vida (1963); Devassando o invisível (1964); Dramas da obsessão (1964); Recordações da mediunidade (1966); O drama da Bretanha (1973); Sublimação (1973); O cavaleiro de Numiers (1975); Cânticos do coração – v. I e II (1994); À luz do Consolador (1997); Um caso de reencarnação (2000).
Fonte: http://www.mundoespirita.com.br