22 de Setembro 1868 – Nascimento de Cairbar Schutel, médium, escritor e divulgador da Doutrina Espírita.


 

Nasceu na cidade do Rio de Janeiro, a 22 de Setembro de 1868 e faleceu em Matão, Estado de S. Paulo, no dia 30 de Janeiro de 1938.

No começo do século 20, quando eram ensaiados os primeiros passos no grandioso programa de divulgação do Espiritismo, e quando a Doutrina dos Espíritos era vista como uma novidade que vinha abalar os conceitos até então prevalecentes sobre a imortalidade da alma e a comunicabilidade dos Espíritos, dentre os pioneiros da época, surgiu um vulto que se destacou de forma inusitada, fazendo com que a difusão da nova Doutrina tivesse uma penetração até então desconhecida.

O nome desse seareiro era Cairbar de Souza Schutel, nome esse que se impôs, em pouco tempo, ao respeito e consideração de todos. Ele jamais esmoreceu no propósito de fazer com que a nova revelação, que vinha fazer o mundo descortinar novos horizontes e prometia restaurar, na Terra, as primícias dos ensinamentos legados por Jesus Cristo quase vinte séculos antes, pudesse conquistar os corações dos homens, implantando-se na face do nosso planeta como uma nova força cujo objectivo básico era de extirpar o fantasma do materialismo avassalador.

Conheceu o Espiritismo através de Manoel Pereira do Prado, mais conhecido por Manoel Calixto, que na época era um dos poucos e o mais destacado espírita do lugar de Matão. Embora não sendo profundo conhecedor dos princípios básicos da Codificação Kardequiana, Manoel Calixto conseguiu impressionar o futuro apóstolo, com uma mensagem mediúnica de elevado cunho espiritual, recebida por seu intermédio.

Em seguida a esse episódio, Cairbar integrou-se no conhecimento das obras fundamentais da Doutrina Espírita e, tão logo se sentiu compenetrado daquilo que ela ensina, fundou, no dia 15 de Julho de 1904, o primeiro núcleo espírita da cidade e da zona, denominando-o “Centro Espírita Amantes da Pobreza”.

Não satisfeito com essa arrojada realização, no mês de Agosto de 1905, lançou a primeira edição do jornal “O Clarim”, órgão esse que vem circulando desde então e que se constituiu, de direito e de facto, num dos mais tradicionais e respeitáveis veículos da imprensa espírita.

Sempre inspirava simpatia e respeito. Sempre feliz no seu receituário, tornou-se, dentro em pouco, o Médico dos Pobres e o Pai da Pobreza, de Matão. Além de prescrever o medicamento, ele dava-o gratuitamente aos necessitados. A sua residência tornou-se um refúgio para os pobres da cidade. Muitas pessoas eram socorridas pela sua generosidade. Muitos recebiam socorros da mais variada espécie, em mantimentos, roupas e sobretudo assistência espiritual.

O sentimento de amor ao próximo teve nele incomparável paradigma. Estava sempre solícito e pronto para socorrer um enfermo ou um obsediado. Actos de renúncia e de desapego eram comuns em sua vida. A sua residência chegou a ser transformada em hospital de emergência para doentes mentais e obsediados.

Em vista do crescente número de enfermos, em 1912 alugou uma casa mais ampla, na qual tratava com maiores recursos e com mais liberdade todos aqueles que apelavam a sua ajuda fraternal.

No dia 15 de Fevereiro de 1925, lançou o primeiro número da “Revista Internacional de Espiritismo”, órgão que desde então vem circulando sem solução de continuidade.

Foi pioneiro no lançamento de emissões espírita pelo rádio, pois em 1936 inaugurou, pela PRD – 4 – Rádio Cultura de Araraquara, uma série de palestras que mais tarde publicou num volume de 206 páginas.

A sua bibliografia é bastante vasta, dela destacamos as seguintes obras:

“Espiritismo e Protestantismo”, “Histeria e Fenómenos Psíquicos”, “O Diabo e a Igreja”, “Médiuns e Mediunidade”, “Génese da Alma”, “Materialismo e Espiritismo”, “Fatos Espíritas e as Forças X”, “Parábolas e Ensinos de Jesus”, “O Espírito do Cristianismo”, “A Vida no Outro Mundo”, “Vida e Actos dos Apóstolos”, “Conferências Radiofónicas”, “Cartas a Esmo” e “Interpretação Sintética do Apocalipse”.

Fundou também a Empresa Editora “O Clarim”, que passou a editar livros de outros autores.

Cairbar Schutel foi um homem de fé, orador convincente, trabalhador infatigável, dinâmico, realizador e portador dos mais vivificantes exemplos de virtude cristã.

Fonte: http://www.autoresespiritasclassicos.com