Gabriel Delanne nasceu a 23 de Março de 1857, era filho de pais espíritas convictos e praticantes, o seu pai era um afeiçoado amigo de Allan Kardec, fazendo parte com este da direcção da Sociedade Espírita fundada por ambos, sua mãe, portadora de mediunidade ostensiva, muito colaborou na codificação de Kardec com as suas comunicações.
Afirmando sempre que a sua crença inabalável era a espírita, e dedicando-se desde cedo à pesquisa experimental dos fatos presenciados dentro da sua própria casa, veio a receber da espiritualidade uma mensagem cujo teor o faria mais dedicado e disciplinado para com as suas pesquisas. Dizia a mensagem: “Nada temas. Tem confiança. Jamais ser rico do ponto de vista material. Coisa alguma, porém, te faltará na vida”.
Em 1883 fundou a revista “O Espiritismo”.
Em 1904 juntamente com Charles Richet e outros estudiosos, presenciou os prodigiosos fenómenos de materialização de Vila Cármen, em Argel.
Dedicou-se ao trabalho de demonstrar que o Espiritismo se apoia em bases científicas, escreveu obras hoje conhecidas em todo o mundo: “Pesquisas sobre a Mediunidade”, “A Alma é Imortal”, “O Espiritismo perante a Ciência”, “O Fenómeno Espírita”,”A Evolução Anímica”, “As Aparições Materializadas de Vivos e Mortos”, “Documentos para o Estudo da Reencarnação”. e finalmente “A Reencarnação”.
Na sua luta para estabelecer a verdade espírita, sabedor dos males gerados pela ignorância, pelo fanatismo e pela paixão desregrada escreve: “A luta é inflamada e provavelmente será longa, de vez que os prejuízos religiosos e científicos se mostram obstinados. Insensivelmente, porém, a evidência acaba impondo-se. Temos agora a convicção de que a certeza da imortalidade se tornar uma verdade científica, cujas consequências benfazejas, fazendo-se sentir no mundo inteiro, mudarão os destinos da humanidade”.
Delanne fez ver através das suas obras que a Física moderna, o magnetismo, o hipnotismo, a sugestão verbal ou mental, a clarividência, a telepatia e o Espiritismo, todos esses conhecimentos novos são convergentes para as fronteiras espirituais.
Publicou aos 68 anos, uma obra de incomparável valor intitulada “A Reencarnação”.
Abordando todas as angulações elaboradas pela Codificação, Delanne sempre respondia com humildade sobre a sua própria obra: “Nada tenho dilatado. Tudo que há é de Kardec. Apenas tenho feito constatações. Mostrei-as nos meus livros e demonstro-as na prática diária. Nada acrescento”. Excesso de modéstia dele, a sua obra complementa e solidifica os ensinamentos de Kardec, abordando temas correlatos e aprofundando outros onde o grande Codificador não dispôs de tempo para considerações maiores.
O pesquisador dedicou toda a sua vida à propagação do Espiritismo, pelo qual se sacrificou inutilmente aos olhos daqueles que só vêem no imediatismo a verdadeira razão do viver humano e por isso não podem compreender que, por força desse desprezo pelas vaidades e ambições terrenas, ele cobriu-se de glórias espirituais pelo trabalho bem conduzido, sem vacilações e fielmente executado até ao seu derradeiro instante da vida corpórea, desencarnando a 15 de Fevereiro de 1926.
Fonte: http://www.febnet.org.br